Jaú, 24 de outubro de 2011
Há muito não escrevo aqui no blog. Criamos um rotina que aprisiona nossas vidas da qual é difícil nos desvencilharmos. Entretanto, a própria vida muitas vezes nos dá um empurrão para podermos nos reequilibrarmos.
Foi o que aconteceu comigo nesses últimos messes. Aliás, com toda minha família. Muitos sabem de desde o dia 12/03/2011 o meu pai foi dignósticado com um Linfoma Não-Hodking. E, acredito eu, que esse fato foi o que estremeceu a nossa base familiar mais profunda.
Ele foi submetido a 8 ciclos de quimioterapia e, fora umas crises alérgicas, tudo acorreu na mais perfeita tranquilidade. Mas, muitas vezes no intervalo entre esses ciclos, quando o exame de sangue demonstrava uma queda bruta na quantidade de hemácias e plaquetas, era recomendado uma transfusão sanguínea. E isso aconteceu aproximadamente 6 vezes.
Eu acompanhei de perto todo o tratamento do meu pai e, nos momentos em que ele estava recebendo aquela bolsa vermelha, sempre pensava o que seria dele se não fossem esses doadores.
Faz exatamente uma semana e um dia que estamos na cidade de Jaú, interior de São Paulo, para uma etapa final do seu tratamento. O Transplante Autólogo de Medula Óssea que será realizado no Hospital Amaral Carvalho, referência nesse tipo de transplante no Brasil.
Chegando aqui, realmente pude constatar que o câncer não escolhe idade, etinia, situação financeira. Existe uma infinidade de crianças, pais e mães de família e idosos; todos em tratamento contra essa doença devastadora. Todos lutando pelas suas vidas até o último momento.
E sabem qual é a única esperança de muitas dessas pessoas? Talvez a única esperança de vida? Encontrar um doador de medula óssea que seja compatível. Pois é, você que está lendo esse texto agora pode ser compatível com alguma criança que eu vi aqui, carequinha, mas com um brilho no olhar que ilumina a mais obscura alma. E esse brilho é a mais pura e singela vontade de viver.
Antes de ontem, na sala do ambulatório escutei uma mãe que já foi transplantada conversar com outras pessoas e ela disse exatamente assim "a minha pior angústia era não saber se eu ia conseguir criar meus filhos, vê-los crescer".
Por isso, eu venho fazer um pedido ou até mesmo um apêlo a você: seja doador de sangue e cadastre-se como doador de medula óssea. Existem VIDAS, pessoas, seres humanos esperando por uma chance de viver. Doe vida!
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